Nunca tinha lido nada desta autora embora já tivesse ouvido falar muito da mesma.
Foi um livro que me cativou bastante desde o primeiro momento, prendendo-me a cada linha até à ultima página.
Logo nas primeiras páginas, mergulhamos no Brasil quente daquele tempo e na pequena Maria da Glória que aos sete anos já era rainha de Portugal. Uma narração realista de tudo o que se passou no paço de S. Cristóvão entre D.Pedro, a sua esposa e as suas amantes.
A mudança frequente de narrador, as cartas e os diários das várias personagens conferem à narrativa um tom íntimo e um ritmo intenso que me agradou muitíssimo. Não há momentos monótonos pois a vida desta rainha foi desde o ínicio muito agitada. Uma rainha forte, determinada e corajosa que nunca se deixou abater.
Um romance extraordinário que nos permite conhecer uma época conturbada em toda a Europa e onde é possível perceber os ventos que já sopravam e que seriam os responsáveis pela queda de várias monarquias, entre elas a Portuguesa que se daria com o regicídio do neto de D. Maria II. Para além disso, e face aos documentos que a autora pesquisou, é possível conhecer a mentalidade da época e uma Lisboa muito diferente daquela que hoje em dia conhecemos, pese embora haja, e ainda bem, vários locais e monumentos que se mantêm, como, por exemplo, o Palácio das Necessidades, onde D. Maria II viveu, teve os seus filhos e faleceu; o palácio da Pena, outrora um convento que D.Fernando comprou e mandou restaurar com se encontra hoje; entre outros locais.
São locais que pretendo visitar agora que terminei o livro (mesmo já tendo visitado outrora estes locais).
SINOPSE
Com apenas 7 anos, Maria da Glória torna-se rainha de Portugal. Um país do outro lado do oceano que nunca havia pisado. A sua infância foi vivida no Brasil, entre o calor e os papagaios coloridos que admirava na companhia dos seus irmãos e da sua adorada mãe, D. Leopoldina. Em 1828 parte rumo a Viena para ser educada na corte dos avós. Para trás deixa a mãe sepultada, os seus adorados irmãos e a marquesa de Aguiar, sua amiga e protectora. Traída pelo seu tio D. Miguel, que se declara rei de Portugal, e a quem estava prometida em casamento, D. Maria acaba por desembarcar em Londres onde conhece Vitória, a herdeira da coroa de Inglaterra a quem ficará para sempre ligada por uma estreita relação de amizade. Aos 15 anos pisa pela primeira vez o solo do seu país. Seria uma boa rainha para aquela gente que a acolhia em festa e uma mulher feliz, mais feliz do que a sua querida mãe. Casa-se com Augusto de Beauharnais que um ano depois morre de difteria. Maria era teimosa, não desistia assim tão facilmente da sua felicidade e encontra-a junto de D. Fernando de Saxo-Coburgo-Gotha, pai dos seus onze filhos.
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